Segundo
a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), o Ecoturismo é um segmento da
atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e
cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das
populações envolvidas.
Para
o Instituto de Ecoturismo do Brasil, ecoturismo “é a prática de turismo de
lazer, esportivo ou educacional, em áreas naturais, que se utiliza de forma
sustentável dos patrimônios natural e cultural, incentiva a sua conservação,
promove a formação de consciência ambientalista e garante o bem estar das
populações envolvidas.
Das
diferenças existentes entre o turismo comum (clássico) e o ecoturismo (turismo
ecológico) ressalta-se que enquanto no turismo clássico as pessoas apenas
contemplam estatisticamente o que elas conseguem ver sem muita participação
ativa, no ecoturismo existe movimento, ação e as pessoas, na busca de experiências
únicas e exclusivas, caminham, carregam mochilas, suam, tomam chuva e sol,
tendo um contato muito mais próximo com a natureza. O ecoturismo ainda se
diferencia por passar informações e curiosidades relacionados com a natureza,
os costumes e a história local o que acaba possibilitando uma integração mais
educativa e envolvente com a região.
O
ecoturismo é uma atividade sustentável e, por se preocupar com a preservação do
patrimônio natural e cultural, diferencia-se do turismo predatório. É uma tendência
mundial em crescimento e responde a várias demandas: desde a prática do esporte
radical ao estudo científico dos ecossistemas.
O
nome “ecoturismo” é novíssimo, surgiu oficialmente em 1985, mas somente em 1987
foi criada a Comissão Técnica Nacional constituída pelo Ibama e a Embratur,
ordenando as atividades neste campo.
Os
principais objetivos do Ecoturismo:
· promover e desenvolver
turismo com bases cultural e ecologicamente sustentáveis;
· promover e incentivar
investimentos em conservação dos recursos culturais e naturais utilizados.
Para
que uma atividade se classifique como ecoturismo, são necessárias quatro
condições básicas: respeito às comunidades locais; envolvimento econômico
efetivo das comunidades locais; respeito às condições naturais e conservação do
meio ambiente e interação educacional - garantia de que o turista incorpore
para a sua vida o que aprende em sua visita, gerando consciência para a
preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico.
Em
1994, um grupo multidisciplinar formado por representantes dos mais diversos
segmentos interessados dos setores governamental e privado, analisou e
estabeleceu bases para a implantação de uma Política Nacional de Ecoturismo, de
forma a assegurar:
· à comunidade: melhores
condições de vida e mais benefícios;
· ao meio ambiente: uma
poderosa ferramenta na valorização dos recursos naturais;
· à nação: uma fonte de
riqueza, divisas e geração de empregos;
· ao mundo: a oportunidade de
conhecer e utilizar o patrimônio natural dos ecossistemas para onde convergem a
economia e a ecologia, para o conhecimento e uso das gerações futuras.
O
caminho ideal para o ecoturismo é o que se chama desenvolvimento sustentável.
Este conceito propõe a integração da comunidade local com atividades que possam
promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais.
Antes
de programar o ecoturismo é necessário saber se a população local está disposta
a se envolver, direta ou indiretamente, com esta atividade indiretamente porque
deve haver uma abertura inicial da população para receber pessoas estranhas e
com hábitos diferentes. O diálogo permanente com a população, o esclarecimento
e a informação constante, o incentivo ao seu envolvimento com estas atividades
e participação no Conselho Municipal de Turismo são exemplos de ações que podem
ajudar os moradores a descobrirem as oportunidades que se abrem com a
implantação do turismo.
Um
programa de capacitação de monitores ambientais locais é uma das formas de
envolver a população com o ecoturismo, gerando emprego e renda. Os monitores
não possuem a mesma função do guia de turismo, mas devem saber associar os
atrativos naturais da região a seus aspectos culturais. Não há exigência de
escolaridade, mas é extremamente recomendável que sejam alfabetizados.
Além
dessa capacitação, existem outras formas de envolvimento. Em regiões marítimas
ou fluviais, pode-se adaptar (sem descaracterizar) as embarcações dos
pescadores para atividades turísticas em épocas de escassez de peixe ou de
proibição da pesca (desova). Os pescadores interessados passariam por um breve
período de capacitação para exercer esta atividade.
O
volume de recursos necessários para a implantação do ecoturismo varia conforme
o tamanho do município, da área a ser utilizada e da disposição da
administração e da população locais. Em curto prazo pode ser feita a cobrança
de ingressos em algumas atrações turísticas. Nesse caso, podem ser aplicadas
tarifas diferenciadas para turistas estrangeiros, e para as diferentes
atividades a serem desenvolvidas nos locais (esportiva, científica, etc.). Isto
exigiria a adaptação dos serviços de promoção do turismo (hotéis, agências,
restaurantes, atividades esportivas e culturais) a uma gama de turista bastante
heterogênea economicamente.
Embora
todo município possua condições de programar sozinho algum tipo de atividade
turística, algumas questões correlacionadas não podem ser resolvidas unicamente
na esfera municipal. Alguns municípios possuem atrações turísticas, mas não a
infra-estrutura necessária para o turismo. Por isto é importante atentar para o
enfoque regional dos problemas: municípios vizinhos, sem atrações turísticas,
podem ter a infra-estrutura necessária para permitir esta atividade.
Pode
haver degradação ambiental, mudanças nos valores locais e na sociabilidade dos
moradores, com a descaracterização ou o abandono de atividades tradicionais e,
até mesmo, aumento da violência e da criminalidade. A cultura local, por sua
vez, deve se expressar espontaneamente, contando com o apoio da prefeitura, mas
sem ser obrigada a se transformar em uma atividade turística.
O
Brasil possui ainda regiões relevantes de áreas naturais e é o país de maior
diversidade do mundo, seu potencial ecoturístico é muito grande, o que tem
proporcionado o desenvolvimento desta atividade, com movimentação de milhões de
reais.
Os
municípios brasileiros, em sua maioria, possuem atrativos para se tornarem
pólos ecoturísticos. Mas além da disposição do município em implantar o
ecoturismo, a existência de serviços e infra-estrutura (hotéis, pousadas,
estradas, telefone, etc.) é uma pré-condição a ser observada.
Entre
os principais destinos estão: Bonito (MS), Chapada Diamantina (BA), Chapada dos
Guimarães (MT), Chapada dos Veadeiros (GO), região de Manaus (AM), Fernando de
Noronha (PE), Lagamar (SP), litoral sul da Bahia, Pantanal (MS/MT), Serra
Gaúcha (RS), Serra do Mar (SP), Vale do Ribeira (SP) e diversas regiões do
litoral nordestino.
Um
dos maiores atrativos turísticos do Brasil, a Amazônia, sabe-se que os
principais problemas sociais que lá vêm ocorrendo, simultaneamente a um
acentuado processo de degradação ambiental, são decorrentes do confronto entre
duas formas de uso: a "tradicional" e a "moderna". A forma
"tradicional" na qual os diferentes grupos sociais (povos da
floresta: seringueiros, caboclos, indígenas, etc.) vivem em estreita relação
com a natureza, praticando o extrativismo da borracha, a coleta da castanha, a
caça e a pesca artesanais de subsistência, revelou-se capaz de manter o
equilíbrio ecológico.
Já
o "moderno", adotado intensamente nos últimos 40/50 anos, difere do
"tradicional", tanto na sua relação com o uso do solo, onde prevalece
a especulação imobiliária, quanto ao processo produtivo que têm na exploração
maciça dos recursos naturais (madeira, garimpo, etc.) seu principal objetivo. O
Ecoturismo para ser sustentável deve buscar o modelo "tradicional" de
extrativismo de nosso patrimônio natural e cultural.
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